2017: vienna waits.



Ter um texto bonito sobre o ano de longe não é o objetivo, um pessimista, muito menos. Grande parte do meu ano foi sobre estar cansada demais pra sequer conseguir manter uma linha lógica de pensamento, seria injusto comigo mesma tentar passar uma imagem positiva justo no único dia em que junto com o calendário, posso dar um basta nisso. 

Passei muito mais tempo longe de casa do que gostaria, e deixo a nota mental para aceitar melhor isso porque a tendência é se tornar cada vez mais frequente. Me forcei a aguentar a vida muito mais que em anos anteriores e entendi que nem sempre vou estar bem o suficiente para ela -- e tudo bem, não preciso mesmo estar. 

Lidar com a minha mente, com o que estava ao meu alcance e com tanta gente diferente foi duro. O suficiente pra me fazer entender que as diferenças precisam sim ser aceitas, mas não engolidas, vão existir pessoas com quem não vou me dar bem e não preciso ficar me esforçando tanto para fazê-las gostar de mim. 

Vi que a estrada sempre continua, mas que o asfalto não é muito bem cuidado e por isso tênis confortáveis são melhores. De uma forma não metaforizada: é foda, e só eu posso me ajudar totalmente, mas se não me conhecer o suficiente e souber o que é melhor pra mim também posso ser minha própria inimiga.

Deixar de lado minha própria saúde mental só vai tornar tudo cada vez mais acumulativo e no fim a única a aguentar as consequências sou eu mesma. Colocar em primeiro lugar minhas vontades e ideais não é egoísmo.



Como já disse O Terno por ai: tudo está melhor do que parece, eu olho e vejo tudo errado, faz tempo que está tudo certo.

Que 2018 seja mais, independente do que isso signifique.

[Together] Wishlist natalina.

Como a propaganda das lojas Pernambucanas sempre faz questão de nos lembrar: Dezembro vem o natal etc. Não sou uma pessoa religiosa e muito menos com uma família que costuma se reunir na data, mas amo os enfeites e a ideia de que pelo menos por 1 segundo alguém deseje algo de bom ao universo ou a outra pessoa, afinal, se 2017 nos mostrou algo, é que a espécie humana prova cada dia mais que não está dando a mínima para além do próprio umbigo, né? Como é costume do mês, a Blogagem Coletiva do Together escolhida foi criar uma wishlist -- material ou não -- para 2018. 

1. LIVROS.


Não sou uma pessoa que costuma ganhar muitos livros -- muito menos comprá-los, porque sério, vocês já viram os atuais preços? --, e acredito que isso se deva ao fato de eu não costumar pedi-los a ninguém. Então se você me conhece, faça o favor de mudar isso em 2018, pois juntos somos a força (e se não me conhecer pode mandar também, ninguém tá reclamando não), e não há desculpas porque no Skoob tem até minha lista de desejados.

2. ESTABILIDADE PSICOLÓGICA.


Infelizmente o capitalismo ainda não nos consagrou com nada desse tipo para vender, com exceção duns remédios com prescrição médica, mas se tem algo que eu mesma preciso melhorar é o modo como lido com minha própria mente. Esse ano sofri bastante com relação a estresse e pressão que eu mesma faço, então se eu puder enviar uma cartinha para o Papai Noel só queria pedir uma cabeça menos desgraçada mesmo, é isto. 

3. AMIGUINHOS. 


Por mais que as coisas tenham sido difíceis, ter tido amigos que permaneceram do meu lado o tempo todo me ajudou muito. Não é como se eu conhecesse pessoas o suficiente para encher uma sala, e nem como se eu não tivesse me decepcionado com nenhum ser humano ao longo do ano, mas prefiro focar naqueles com quem tenho boas lembranças. Acima de qualquer bem material, o que eu desejo para o próximo ano -- e pra qualquer um que esteja lendo esse post --, são amigos, mas AMIGOS MESMO. 

Me contem nos comentários o que vocês desejam para o próximo ano, quem sabe não podemos nos ajudar?





Esta postagem faz parte da Blogagem Coletiva de Dezembro do Together, um projeto para unir a blogosfera! Para saber mais, clique aqui!

Lá e aqui.

Apesar das mudanças no meu gosto com o passar dos anos, a música sempre foi uma constante em minha vida. Quando tinha cerca de 4 anos, meu pai sempre me presenteava com os novos CD'S da dupla Sandy & Junior. Foi também com muito afinco que decorei as letras de bandas como Rouge e Broz. No período infanto-juvenil, minhas novelas preferidas seguiam a linha dos musicais: Floribella, Isa TKM e qualquer coisa mexicana transmitida pelo SBT. O auge certamente chegou com o lançamento de High School Musical e a explosão dos musicais da Disney como Hannah Montana, Camp Rock, e a banda que me fez gastar horas e horas de vida em prol dela: os Jonas Brothers. 

Mesmo com o fim dessa fase, entrando na adolescência emo, novas músicas foram sendo descobertas e a conexão permanecia. Não canto bem, e nunca me dediquei a aprendizagem de nenhum instrumento, mas olhando para o passado até os dias atuais, em que o Spotify me mostra o que eu mais ouvi ao longo do ano, a obviedade com que as palavras em sintonia são uma parte de quem sou é inegável. 

Ainda falando sobre a adolescência emo, não tenho muito do que reclamar quanto ao que vivi. Todo o drama, os pôsteres colados na parede do quarto, o lápis preto na linha d'água e as roupas quadriculadas/com estampa xadrez preencheram boa parte da minha vida. Em especial, no ano de 2013, o momento em que até hoje reconheço como crucial para meu amadurecimento e o primeiro passo para me tornar quem sou hoje, veio acompanhado de uma música que até hoje é difícil ouvir por tudo que remete: Infinito, da banda Fresno. 

Na sexta 01 de Dezembro, uma amiga me avisou que a banda faria um show gratuito bem próximo de nós, e em um momento de concordância mutua, decidimos ir. Até chegar lá, tudo parecia ser sobre apreciar ao vivo uma banda que por muito tempo esteve entre as minhas mais ouvidas, e que mesmo não sendo mais tão constante nos dias atuais, ainda é muito querida. Com o passar das músicas, os pés doendo por estarem presos em um pequeno muro próximo ao palco, e a ideia de "nossa, são mesmo pessoas que fazem isso" passando repetidamente pela minha mente, o simbolismo mudou um pouco, porque é isso que a música tem capacidade para fazer com quem a ouve: trazer lembranças de quem você já foi, de como tudo costumava ser e essa esperança de que a melhora está mesmo por vir, afinal, se as coisas já não são mais como eram quando aquele som ainda tocava nas rádios, quem pode dizer o contrário?

Um dos momentos mais marcantes com Infinito, me remete a um dia no carro com meu pai, passando em frente a minha nova escola, onde não conhecia ninguém -- e em que aguentei ficar duas semanas -- e pensando que poderia haver um fundo de razão naquilo em que eu ouvia. Hoje, quando olho pra trás, percebo que havia mesmo, e ainda mais: que a letra ainda faz sentido para o que está por vir. 


© Limonada
Maira Gall