Apesar das mudanças no meu gosto com o passar dos anos, a música sempre foi uma constante em minha vida. Quando tinha cerca de 4 anos, meu pai sempre me presenteava com os novos CD'S da dupla Sandy & Junior. Foi também com muito afinco que decorei as letras de bandas como Rouge e Broz. No período infanto-juvenil, minhas novelas preferidas seguiam a linha dos musicais: Floribella, Isa TKM e qualquer coisa mexicana transmitida pelo SBT. O auge certamente chegou com o lançamento de High School Musical e a explosão dos musicais da Disney como Hannah Montana, Camp Rock, e a banda que me fez gastar horas e horas de vida em prol dela: os Jonas Brothers.
Mesmo com o fim dessa fase, entrando na adolescência emo, novas músicas foram sendo descobertas e a conexão permanecia. Não canto bem, e nunca me dediquei a aprendizagem de nenhum instrumento, mas olhando para o passado até os dias atuais, em que o Spotify me mostra o que eu mais ouvi ao longo do ano, a obviedade com que as palavras em sintonia são uma parte de quem sou é inegável.
Ainda falando sobre a adolescência emo, não tenho muito do que reclamar quanto ao que vivi. Todo o drama, os pôsteres colados na parede do quarto, o lápis preto na linha d'água e as roupas quadriculadas/com estampa xadrez preencheram boa parte da minha vida. Em especial, no ano de 2013, o momento em que até hoje reconheço como crucial para meu amadurecimento e o primeiro passo para me tornar quem sou hoje, veio acompanhado de uma música que até hoje é difícil ouvir por tudo que remete: Infinito, da banda Fresno.
Na sexta 01 de Dezembro, uma amiga me avisou que a banda faria um show gratuito bem próximo de nós, e em um momento de concordância mutua, decidimos ir. Até chegar lá, tudo parecia ser sobre apreciar ao vivo uma banda que por muito tempo esteve entre as minhas mais ouvidas, e que mesmo não sendo mais tão constante nos dias atuais, ainda é muito querida. Com o passar das músicas, os pés doendo por estarem presos em um pequeno muro próximo ao palco, e a ideia de "nossa, são mesmo pessoas que fazem isso" passando repetidamente pela minha mente, o simbolismo mudou um pouco, porque é isso que a música tem capacidade para fazer com quem a ouve: trazer lembranças de quem você já foi, de como tudo costumava ser e essa esperança de que a melhora está mesmo por vir, afinal, se as coisas já não são mais como eram quando aquele som ainda tocava nas rádios, quem pode dizer o contrário?
Um dos momentos mais marcantes com Infinito, me remete a um dia no carro com meu pai, passando em frente a minha nova escola, onde não conhecia ninguém -- e em que aguentei ficar duas semanas -- e pensando que poderia haver um fundo de razão naquilo em que eu ouvia. Hoje, quando olho pra trás, percebo que havia mesmo, e ainda mais: que a letra ainda faz sentido para o que está por vir.
Música <3 Tenho uma relação bem forte com ela também, que surgiu com meu pai e eu alimentei durante a vida. Não existe nada como assistir a shows que tocam nosso coração, ouvir músicas que conversam com a gente! Que delícia de texto, me identifiquei demais! Sem contar que a adolescência emo, melhor adolescência, rs. Beijos, querida!
ResponderExcluirEu tive muitas bandas que me ajudaram na fase de mudanças e crescimento, mas infelizmente não pude ver muitas ao vivo porque faz pouco tempo que moro no eixo RJ-SP, mas logo que me mudei comprei pro show do Fall Out Boy e foi de outro mundo. Ver de perto aquelas pessoas que fizeram álbuns que sei até hoje de cor do início ao fim e que as músicas significaram tanto pra mim em momentos de alegria ou tristeza, e que cada uma delas vem um ou vários flashbacks na mente é um momento que demorei pra assimilar e vou demorar mais ainda pra esquecer.
ResponderExcluirDeve ser bonito demais ser músico e tocar a vida das pessoas assim.
Que bom que tu viu tua Fresno. :)
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