Pequenino. | BEDA #21


Meus atos ao seu lado são quase sempre não pensados. Mesmo que pra chegar a essa conclusão eu tenha pensado e estruturado tudo muito bem, no momento, no toque, é sempre leve, espontâneo.
Sempre fui muito observadora, noto as pequenas coisas. E em todos os lados da cidade, em todas as pessoas, sempre enxerguei o mínimo: os pés batendo contra o chão enquanto o metrô não chega à estação, os olhos parados em um ponto fixo, o cansaço deixando a linha de expressão em volta da boca mais visível; e mesmo que eu não diga, com você ao lado não é muito diferente.
Quando algo te machuca sua cabeça pende para baixo e você segura a respiração por alguns segundos, como se aquilo fosse muito para aguentar e só por aquele momento você optasse por não existir. Quando você ri seus olhos se apertam e seu sorriso se abre gradativamente, acompanhando o som da gargalhada com o balançar do corpo.
Outro dia um amigo comentou que reparou quando comecei a arrumar seu cabelo no metrô e que pensou como seria bom ter o mesmo.
Eu sempre observei as pequenas coisas e sempre notei o que está por trás de cada uma delas, mas nunca percebi o quanto somos pequenos. Juntos.

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