Popcorn: Garota Exemplar.


Ficha Técnica.
Nome Original: Gone Girl.
Lançamento: 02 de Outubro de 2014.
Duração: 2h29min.
Gênero: Suspense.
Classificação: 16 anos.
Sinopse (Original): Amy Dunne (Rosamund Pike) desaparece no dia do seu aniversário de casamento, deixando o marido Nick (Ben Affleck) em apuros. Ele começa a agir descontroladamente, abusando das mentiras, e se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo (Carrie Coon), Nick tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura descobrir o que aconteceu com Amy.

Garota Exemplar (Gone Girl) é mais um livro adaptado para o cinema. Confesso que não cheguei a lê-lo por pura falta de interesse, a capa original me dava a sensação de ser algo Crepúsculo demais, mas depois de ver o filme o arrependimento de não ter lido foi grande.
Por ser um filme extremamente inteligente, em sua narração e na maneira como nos faz defender os personagens e quase sofrer um ataque cardíaco na sala de cinema, vou evitar me prolongar sobre o mesmo na intenção de que spoiler nenhum desanime alguém a assisti-lo.


Três coisas que você precisa saber:

1- O por que do nome "Garota Exemplar".
Amy desde sua adolescência tenta ser a melhor em tudo - não só tenta, como acaba sendo - filha única, com pais ricos, bonita e bem sucedida como jornalista é exageradamente obsessiva pela perfeição, tornando-se psicopata e ainda tendo uma ajudinha básica dos pais que a nomeiam de "Amazing Girl".

2- Tenha paciência.
Se sua intenção é ver um filme curto só pra passar o tempo, não irá valer a pena, é um filme longo, e o enredo parece estendê-lo ainda mais.

3 - O final.
Se você costuma se abalar facilmente com finais, recomendo uma bombinha para asma.

Só acontece comigo #17

Título alternativo: "Tutorial: como fazer amigos".


Quando eu conto pra alguém que não me conhece sobre meu trabalho, as pessoas acham sensacional a ideia de poder interagir com alunos desde o Jardim I até o último ano do ensino médio, como se eles fossem todos uns amores, mas há exceções. Hoje vou falar sobre a exceção do primeiro ano, que aos seus seis anos, me ensinou como fazer amigos.

Mais de uma hora da tarde, o sono pós almoço mais do que presente em meu corpo, e o menino coreano se aproxima com seu corte de cabelo hipster "tigelinha" e seu sorriso sem alguns dentes.

- Tia, sabe o que aconteceu hoje?
- Não fulaninho - gente, eu vou chamar de fulaninho porque o nome da criança é coreano, não dá sabe? - o que aconteceu?
- Eu tinha um pacote de bolacha, e alguns meninos são meus inimigos malvados, daí eu ofereci bolacha pra eles e agora somos amigos!

Devo ter ficado sem nenhuma reação por uns dois minutos, tive alguns flash backs da minha época de Jardim da Infância e de momentos em que me empurraram do escorregador, ou que morderam minha perna porque eu era gordinha e parecia ser apetitosa, talvez tudo isso teria sido evitado se eu tivesse um pacote de bolacha.

TUTORIAL: COMO FAZER AMIGOS.

Materiais:
1 pacote de bolacha (de preferência recheada, possui mais sabor.)
No mínimo 1 inimigo.

Modo de preparo:
Aproxime-se do grupo de inimigos e gentilmente estique seu pacote de bolacha dizendo: "Olá inimigo, aceita essa deliciosa bolacha?" e pronto! Você possui amigos descolados que comem bolacha com você!

Eu queria que tudo na vida fosse resolvido assim. Deve dinheiro ao banco? Oferece uma bolachinha pro gerente, ele vai amar.
E eu falo bolacha mesmo, biscoito me lembra coito.
Não gosto de coitos.
Vai uma bolacha ai?

Muda o mundo ou o mundo te muda?

Para início de tudo, considero a palavra “crença” forte demais para ser usada nesse caso. Crença é nada mais, nada menos do que acreditar, e o principal ponto em questão é a minha falta de crença em algo específico, preferi então não a usar como foco, pois seria hipocrisia dizer que creio no que vou escrever quando sei que posso mudar de opinião em breve.



Na minha visão a crença em uma religião tem seu lado bom e seu lado ruim. No positivo, temos exemplos de pessoas que faziam muitas coisas erradas e que ao encontrarem “Deus” se tornaram pessoas boas, mas também temos exemplos ruins de pessoas fanáticas – ou talvez não seja fanatismo pela religião, e sim ignorância – que misturam a mesma com as demais “áreas” de suas vidas, como por exemplo, políticos que parecem desacatar ao que pregam. Se acreditam no governo de Deus, porque querem governar a Terra? Se querem governar a Terra, com pessoas diferentes umas das outras esperando por alguém que respeite suas desigualdades, porque misturam sua religião com questões como a legalização do aborto ou a criminalização da homossexualidade? (Em 38 países africanos, a homossexualidade é considerada crime.)  E inclusive pregam o ódio em seus discursos àquilo que para eles não é certo segundo a vontade de Deus.

O meu achismo (crença, seja lá o que for) na verdade é algo mais simples do que parece. Acredito sim que possa existir um Deus, mas não o idealizo segundo as religiões, ele pode sim ser espiritual e maior que todos nós, mas também pode ser a força que vem de cada um, quem vai dizer o contrário? Não há como realmente provar nada, certo? Sempre gostei de ter minha própria opinião sobre tudo, o que ás vezes me torna crítica demais, mas pelo menos com isso aprendi justamente a não aceitar tudo o que me é dito. E com a crença em aspectos religiosos não foi diferente.

Cresci em um lar cristão, e sempre admirei – e ainda admiro – minha mãe pela fé que possui em Deus e pelo modo como sempre o busca afinal a religião dela é a única que possui coragem para sair de porta em porta. Mesmo que ela não entenda a minha decisão me espelhei nela e resolvi buscar o meu. Não pratico nada que seja errado, mas não acredito que ir a qualquer igreja seja fazer certo. Como então isso poderia ser útil na sociedade em que vivo?

Observo diferentes pessoas com suas diferentes religiões dizendo uns aos outros o que é certo e errado simplesmente porque eles pensam assim e acreditam que todos devem pensar igual, vejo ícones de igrejas que deveriam pregar o amor sendo condenados por desviar dinheiro dos fiéis, por abusar de crianças e por coisas até piores. Vejo pastores usando da fama entre seus fiéis para se promoverem no mundo da política. Como se ainda não fosse o suficiente, vejo meus colegas de classe, trabalho e qualquer outro lugar acreditando que são superiores a quem pensa diferente, a minha falta de crença já foi motivo para acharem que estou desviada, isso pode ser um desabafo, mas eu acredito (e dessa vez eu disse que acredito) que estar desviado é ter uma mente tão fechada a ponto de achar que apenas o seu lado é o correto.

Não quero que sigam meu exemplo, não acho que eu mudaria o mundo com meu achismo-crença, mas talvez se todos parassem de agir como se não existisse uma vida atrás da religião as coisas seriam melhores sim. Não haveriam brigas por esse motivo, não apontariam o dedo a você e diriam que você só pode estar “cego pelo demônio” por ser homossexual, por querer abortar uma criança após sofrer um estupro ou por qualquer outra coisa que fuja do que os líderes dizem para eles.

Se Deus é um só e pai de todos nós, eu creio e todos deveriam crer, que o que eu faço ou não na minha vida só diz respeito a Ele.

Viver com pessoas que fazem algo que deveria ser um ponto de paz se tornar mais um motivo para discussões ridículas me mostra que a falta de crença me livra de uma ignorância absurda.

*Esse texto na verdade é um trabalho de Filosofia, onde eu deveria dizer como a minha crença pode mudar a sociedade em que vivo, mas gostei tanto dele que resolvi fazer mais do que apenas um trabalho escolar.
© Limonada
Maira Gall