Nunca confiei em carpe diem, a meu ver sempre foi algo de uma irresponsabilidade enorme, onde já se viu acreditar que a vida precisa ser assim tão livre? Precisamos pensar no futuro, no que vem depois, precisamos ter sempre nosso plano a e nosso plano b. Foi assim que cai das nuvens, essas que antes já não eram tão macias, deixaram saudades quando senti o duro chão.
Sei que a vida não é sempre um arco-íris, que precisamos de tempestades e todos aqueles papos de livros de autoajuda, mas quando estamos em uma situação ruim é tão difícil ler esses conselhos sem querer socar a pessoa que os escreve, afinal, como ousa tratar meus problemas de forma tão natural? Desde pequena sempre te vi como o monstro de tudo, não por me falarem isso, mas por eu ter criado essa imagem sua em minha mente, coisa de criança, que eu preferia ter deixado em minha infância. Os anos passam e quando se tem medo de alguém, a convivência fica mais difícil, qualquer aumento de voz pode se tornar em um desentendimento enorme. Você nunca foi muito aberto, sempre foi responsável e por isso nem parava muito em casa, o nervoso é sua marca registrada, explodir é sempre melhor que guardar todas as coisas ruins, concordo, mas isso te derrubou. Nunca tive momentos que pudessem ser relembrados com você, mas sempre notei seu esforço para recuperar isso, as tentativas de me fazer rir mesmo com suas brincadeiras chatas, seus convites para o cinema ou para comer fora, sua preocupação com meus estudos e seus conselhos quando algo no trabalho me deixava mal. Lembro-me daquela vez em que passei mal, você nunca tinha presenciado como era, quando meus olhos se fecharam você estava desesperado, e quando os abri você se mantinha do mesmo jeito enquanto tentava ajudar. Uma vez você me disse que gostava de conversar comigo porque nossa conversa fluía, eu concordei um pouco acanhada, e mais tarde consegui te contar sobre esse medo que me persegue (talvez eu sempre tenha idealizado uma pessoa diferente da que você é ou, quem sabe, nem seja sua culpa).
Já passamos por isso uma vez, mas eu era tão pequena que me contentava em te ver aos fins de semana e nem reparava a bagunça em que vivia. Hoje, apesar de não suportar seu jeito, de às vezes ter medo, eu percebo o quanto é ruim pra você e pra todo mundo. Hoje, descobri que devo viver um dia de cada vez, se possível uma hora de cada vez. Descobri a dificuldade de um final definitivo. Eu só queria conseguir te dizer pessoalmente que sinto sua falta (porque todo momento ruim tem um momento bom para ser lembrado junto), que me preocupo e que nessas quase duas semanas o que mais tenho pensado é se você está bem sozinho, se consegue se virar, queria conseguir te dizer que te ajudo a tentar recuperar as coisas que não fizemos quando eu era pequena e principalmente, queria conseguir me desculpar por tudo e dizer que você é sim muito importante. Mas nisso somos iguais, e eu simplesmente não consigo demonstrar muito meus sentimentos. Espero que assim como no meu caso, você consiga perceber com minhas pequenas atitudes, que eu te perdoei por tudo que já passou e por tudo que ainda pode vir pelo simples fato de nós dois estarmos ligados um ao outro para sempre, com medo, com raiva e principalmente quando nos damos bem.
Tati, sua linda!!! Chorei horrores com o seu texto
ResponderExcluir"que me preocupo e que nessas quase duas semanas o que mais tenho pensado é se você está bem sozinho, se consegue se virar" nesta parte me debulhei em lágrimas.
Sim, é difícil para todos, mas as coisas melhoram. Todo mundo se acerta.
Que bom que você achou meu blog, assim me trouxe até aqui!
Vou ficar te acompanhando!
Um beijo enorme, sua querida =*
A vida é dificil mesmo, pelo o que eu entendi do texto, esse é um momento muito dificil pra ti, mas continue tendo a força e a vontade de fazer o certo. Paz pro seu coração e confiança de que tudo vai certo.
ResponderExcluirNossa, que bonito. Eu me vi um pouco no seu texto por causa do relacionamento que tenho com meu pai.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, muito maduro! E não se preocupe, dias melhores virão.
Bêjo!
Gigabitti
Cara, você descreveu totalmente a relação que eu tenho com meu pai D: Se por um lado eu saio pra beber com a minha mãe, com ele existe um iceberg que separa a gente. Já tentei muita coisa, tipo começar a tocar violão só porque ele toca, pra ver se a gente criava um laço, gostar de filmes que ele gosta pra gente poder conversar, mas na maior parte do tempo a gente briga por coisas que, tenho certeza, no futuro eu vou achar a maior besteira (mas que no momento são bem importantes).
ResponderExcluirMas é... eu sei que quando eu estiver morando sozinha e longe dele, sentirei falta PRA CARAMBA porque a vida é assim, né? kkkkkkk
Vc é muito madura, Tati! Não sou muito mais velha que você, mas sei lá, aos 18 eu só queria tacar fogo na casa e ser uma rebelde sem causa.
Beijos!
Burlesque Suicide
que texto lindoooooo
ResponderExcluirto aqui pensando na vida com ele hahahaha
beijos
Um Mundo Em Duas
Também entro em pitacos com o Carpe Diem D:
ResponderExcluir| A Bela, não a Fera |
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que belo relato de uma relação difícil.
ResponderExcluiracho que nesse tipo de coisa, a gente não tem que tentar recuperar o que ficou pra trás, porque né, ficou pra trás, mas pode tentar construir um presente e futuro novo e diferente, melhor :)
UAU, que texto. Quisera eu ter sua maturidade quando tinha essa idade kkkkkkkkk
ResponderExcluirEstá de parabéns =*
Faroeste Manolo
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