Cresci junto à internet, com direito a viver grandes momentos nela e compartilhar os que foram vividos fora. Há 5 anos, em 2011 (!!!) eu era uma fangirling de carteirinha, ou seja, quando não estava fazendo minhas necessidades básicas como ser humano, estava na internet completamente envolvida com algum fandom.
Foi em uma dessas muitas tardes, de alguma maneira que jamais me lembrarei, que conheci minha melhor amiga pelo Twitter, quando me dei conta já conversávamos pelo MSN, tínhamos o número de celular uma da outra - foram muitas as madrugadas no aguardo para conversar em volumes inaudíveis - e daí pra frente nos adaptamos a todas as redes sociais que já existiram. Apesar de não lembrar como começamos a conversar, o que nos uniu mesmo foi a descoberta de que moramos em cidades vizinhas, tão coladas que um único transporte público podia causar nosso encontro, o que devia ter facilitado muito as coisas, mas não adiantou já que ambas só tínhamos 14 anos e nossas famílias não concordavam com essa história de amizade virtual, quem dirá conhecer pessoalmente alguém que você só falou pelo computador.
Assim se passaram 5 anos, nossas vidas mudaram muito, algumas vezes nos afastamos por causa dessas mudanças, mas sempre estávamos ali, curtindo as novas publicações uma da outra, mandando textão no aniversário, voltando a conversar meses depois sem nem lembrar o que tinha nos afastado; nos formamos no Ensino Médio, ela começou a faculdade (treinamento intensivo para ser Lily Aldrin), eu descobri o que queria fazer ou não com a minha vida, e assim como a internet, assim como os movimentos que já estudei, crescemos juntas sem necessariamente estarmos juntas.
Sábado passado, com um planejamento bem pequeno que eu jurava que não ia dar certo, nós finalmente nos conhecemos, e apesar do medo de não ser como na internet, de eu não ser quem ela pensava, de ela na verdade ser um tarado que me enrolou muito bem e eu ter todos os meus órgãos extraídos e vendidos e principalmente, da vergonha de lidar pessoalmente com alguém que até então só conversei em Caps Lock e ri usando letras aleatórias do meu teclado, foi como se eu estivesse frente a frente com alguém que vejo de Segunda a Sexta.
É uma luta diária me convencer de que tudo bem ser eu mesma, que as outras pessoas não precisam me aprovar em nada e que eu não me sinto bem em contato com muitas pessoas ao mesmo tempo. Tudo bem ser mais reservada, tudo bem ter poucos amigos e tudo bem sair da rotina de vez em quando, porque no final sempre vale mais a pena ser quem sou e atrair pessoas que fazem eu me sentir bem do que estar rodeada das erradas só pra ter com quem conversar. Com as pessoas certas tudo muda, consigo ser eu mesma com um extra das minhas piadinhas bobas que só faço quando tenho muita liberdade com alguém e algumas danças e músicas inapropriadas pro momento, mas que fazem total sentido quando quem está com você te acompanha.
Junto com a Barbara, veio a Natália, outra melhor amiga dela que apesar de eu ter conversado pouquíssimas vezes me deixou muito a vontade (e completou uma música do Mc Nego do Borel comigo quando eu soltei um "Amor..." dona Barbara, ao contrário, não havia entendido e cantou outra música, o que já me faz rever essa amizade).
No inicio do ano, antes das aulas começarem, apelei mesmo e pedi ajuda aqui pois não sabia como começar uma amizade dentro da sala de aula, e jurei que não conseguiria por n motivos (diferença de idade, diferença de interesses, conversas que não me agradam e etc) sem nem imaginar que na primeira semana de aula eu encontraria alguém para passar os 20 minutos de intervalo conversando sobre a vida amorosa da Taylor Swift, com uma conexão visual que há muito tempo eu não tinha - do tipo que você olha pra algo, reflete sobre a imagem vista, e a outra pessoa já está te olhando com aquela cara de "EU VI!!!" - bordões usados diariamente e pensamentos tão iguais que já cogitei a possibilidade de eu estar conversando sozinha achando que é outra pessoa. Junto com essa amiga veio mais uma amiga, que conheci em uma ida ao cinema pra ver Guerra Civil e já nos reunimos outra vez pra assistir Como Eu Era Antes de Você, e em ambas as vezes tive a sensação maravilhosa de estar em um lugar ao qual pertenço com pessoas que fariam qualquer lugar do mundo um local melhor para estar.
Não é fácil encontrar pessoas que me deixem com vontade de mantê-las na minha vida, e se desde os meus 14 anos eu não sentia mais isso, 2016 me apresentou tantas pessoas boas que os anos com as erradas já foram esquecidos. Só tenho que agradecer por não ter perdido a esperança e finalmente ter encontrado as minhas pessoas.
so queria poder te abraçar e falar "tamo junta", descobri seu blog semana passada, to so amor com esse cantinho maravilhoso, li varios posts, ri em varios tambem não vou negar, sua escrita é uma delicia <3
ResponderExcluirescrevendodepijama.blogspot.com