O choro continua entalado, a sensação de fracasso é crescente e o aperto no peito, que dificulta minha respiração, ainda não cessou completamente.
Me olho no espelho.
Sou o reflexo do que resta depois de uma crise de ansiedade.
Quando tentei - no passado, porque hoje assumo isso como algo que me pertence como completo, e que os outros não precisam entender como se dá - explicar a outras pessoas como me sentia quando um pico se manifestava, sempre ouvi coisas parecidas com "Eu também tenho! Mas porque você estava ansiosa?" e é sempre nesse ponto que descubro que aquela pessoa não tem ansiedade e sim se sente ansiosa, como quando precisamos nos apresentar na frente de muitas pessoas e um calafrio percorre a espinha, para logo em seguida passar. Quando se tem a ansiedade os pensamentos ficam cada vez mais acelerados e de repente já não se sabe mais o que é ou não um raciocínio completo. As pontadas no peito ficam fortes, fortes, fortes e alguém invisível com uma força notoriamente grande parece apertar seu coração com a intenção de transformá-lo em farelos. É quando a respiração falha e você sabe que precisa fazer algo: gritar, chorar, pedir ajudar, beber um copo d'água, contar quantos azulejos a parede têm, mas na maioria das vezes acaba apenas ali, perdida entre o que foi e o que poderá ser, mas nunca no que de fato é. E quando você procura em algum lugar o motivo para aquilo ter acontecido a resposta costuma ser muitas vezes a mesma: nenhum.
O meu dia nem sempre tem 24 horas.
Às vezes uma crise acaba com ele antes mesmo do café da manhã. Antes mesmo de eu conseguir me olhar no espelho e perceber que não é mais o meu reflexo que está ali.
É a ansiedade.
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ResponderExcluirPosso te abraçar?
ResponderExcluirEu sempre tenho essa birra sem fim com gente que solta um "eu também sinto isso antes das provas ou de uma viagem". Teve um dia que vi na internet uma pessoa sugerindo que uma das maneiras de "curar" a ansiedade era fazer meditação. Querida pessoa, eu estou pensando no meu futuro e como todas as milhões de coisas que quero fazer mas não tenho tempo podem dar errado agora, você realmente acha que se eu conseguisse fazer minha mente desligar e meditar eu já não teria feito? Na boa, vontade de mandar tomar naquele lugar onde o sol não bate.
Se tem uma coisa que eu aprendi é que os sintomas e os efeitos nunca são iguais entre as pessoas que sofrem desse troço. Sempre digo que a minha começa como uma ideia. De repente, eu quero começar alguns projetos, ler livros, fazer outra faculdade, fazer curso de artesanato, aprender lettering, virar astronauta e fico feliz por ter ideias ótimas. Até que, bum, tudo isso vira uma bola de coisas que eu tenho que fazer A-G-O-R-A, mas sei que não vou dar conta.
As vezes acaba em choro, as vezes acaba em dor muscular, as vezes acaba em crises de pânico.
A única coisa que tem conseguido me ajudar é tentar entender como isso acontece. É fácil? Não, mas ajuda.
Falar com a psicóloga também tem ajudado.
E chorar, claro. Chorar alivia um pouco.
Enfim, se precisar desabafar, você sabe, minha caixa de entrada tá sempre aberta.
Beijos e muita força.
É difícil mesmo, quando isso me acontece, o que ultimamente tem sido mais constante, a parte mais difícil se tornou compartilhar, ainda mais do que lidar, pois como explicar para alguém o que tu pensa e sente sendo que nem tu mesma consegue clarear a resposta para si msm. Por muito tempo evitei compartilhar qualquer coisa, mas o monstro toma forma, não sei se tu se sente assim ou faz ideia do que to falando, mas também quando voltei a compartilha, esse monstro sumiu, mas outro nasceu... De fato nem sei mais o que sentir ou pensar, as coisas só tem acontecido. E pra ti, desejo só melhoras e fico feliz que tenha esse espacinho para compartilhar e por acaso, alguns irão te compreender :)
ResponderExcluirPasse bem!
xoxo