Melhor do que parece 3/4 | BEDA #25



Eu tenho achado tudo chato, tudo ruim
Será que o chato aqui sou eu?
Será que fiquei viciado em novidade
E agora o tédio me enlouqueceu?


Apesar dos esforços, antes marcados pela caneta permanente, nem todos os dias são suficientemente bons. As bolinhas de papéis que tanto carreguei nas costas, hoje parecem possuir o mesmo peso que fios de cabelo. É como se vários algodões estivessem postos dentro da minha cabeça. É como se tivessem jogado uma cola pegajosa lá dentro, dessas que nunca seca, e tudo estivesse paralisado por ela. 

E por esse motivo eu tinha aquela reta com um fim predestinado. Acreditar que tenho controle sob tudo o que me acontece ajuda muito nesse sentido. Estar sempre escrevendo, ou até rabiscando, uma folha de papel quando a cola parece travar meu sistema é a única solução. E é por isso que o traço fora da reta incomoda tanto: não sei lidar com o imprevisto. O ar falta, o coração acelera, o pânico se inicia e a sensação de desmaio/morte se mostram mais no controle do que eu. 

A apatia, a irritabilidade, o isolamento, pesam muito mais do que qualquer outra mochila.

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*Melhor do que Parece faz parte de uma série de 4 posts semanais, baseada na música de mesmo nome da banda O Terno. Para entender cada parte, é necessário ler a anterior.

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