Na minha casa possuíamos dois botijões de gás: um funcionando, dentro da cozinha, e outro sem gás (o que o tornava apenas um botijão, e não um BOTIJÃO DE GÁS #piadas), escondido em um cantinho do nosso quintal.
Meu quintal é bem aberto, sendo possível ver até cinco das casas vizinhas de maneira bem ampla, o que me faz pensar que provavelmente esses cinco vizinhos também podem ver meu quintal e tudo o que acontece nele sentados em cadeiras confortáveis enquanto apreciam petiscos, e é com esse ponto que a história começa.
Esse botijão de gás-sem-gás ficava embaixo de uma mesa que temos no quintal, feita de concreto mesmo, obra de um momento que meu pai teve quando ainda morava aqui e decidiu que queria construir uma churrasqueira e uma mesa para colocar as carnes prontas (faz 80 anos que a churrasqueira não serve pra nada e a mesa é usada para colocar sacos de lixo já cheios que esperam pelo dia de serem levados embora), e como essa mesa está em um canto que foge do campo de visão dos vizinhos, colocamos o botijão ali pra que ninguém o encontrasse, afinal de contas, se você está por dentro dos preços do gás, sabe que já é um objeto de luxo nas casas da baixa sociedade, e se por acaso não souber do que estou falando, pergunte ao responsável pela grana do seu lar quanto custa um botijão por aí e reflita.
Pois bem, esse botijão passou uns bons anos escondido ali, até uma estranha manhã de um dia da semana, por volta das 9:00 AM. Estava eu terminando meu café da manhã, ainda com as janelas fechadas, pensando qual das minhas obrigações faria primeiro, até que um barulho muito alto aconteceu do lado de fora. Minha cachorra, Paçoca I, se comprometeu a me proteger e correu pra porta da sala enquanto latia. Eu, entendendo que o barulho vinha do meu quintal, fiz o que qualquer pessoa corajosa faria: congelei no meu lugar e esperei acabar. Quanto tudo parecia estar seguro novamente, abri as janelas. O quintal estava vazio e quieto, sem nenhuma mosca que pudesse ser testemunha de algo. Olhei bem para ele e não encontrei nada de diferente, "deve ter sido um gato", pensei.
Apesar da solução felina que cogitei, minha mente não me deixou em paz pelo resto do dia, fazendo-me pensar muitas vezes no ocorrido. Durante a tarde saí outra vez no quintal disposta a encontrar o erro, e o achei.
O BOTIJÃO DE GÁS-SEM-GÁS TINHA SUMIDO.
Estaria eu delirando??? Teria mesmo existido um botijão em baixo daquela mesa???
Esperei minha mãe chegar do trabalho, e como quem não quer nada, dei um sorriso inocente e perguntei:
-- Ô mãe, por acaso a gente tinha um botijão de gás ali fora?
-- Tinha...
-- Então não tem mais, hehe.
Agora eu lhes pergunto: como um botijão, algo pesado, SOME? ÀS NOVE DA MANHÃ DE UM DIA DE SEMANA? COMO ALGUÉM CONSEGUIU VER ONDE ELE ESTAVA? COMO ESSA PESSOA PULOU O MURO DA MINHA CASA E ALÉM DISSO AINDA CONSEGUIU PULAR PRA SAIR ENQUANTO CARREGAVA UM BOTIJÃO?
Nós temos algumas pessoas em nossa mira, gente que antes nos cumprimentava quando nos encontrava na rua e agora abaixa a cabeça, ou o fato de a vizinha mais próxima, famosa por saber as notícias mais quentes do bairro, ter dito que estava estendendo roupa na hora e mesmo assim não viu nada, e além disso, não ter descoberto quem foi (o tanto de coisas que essa mulher sabe sobre cada cidadão daqui surpreenderia o mais viciado em Gossip Girl).
Já fazem meses que o roubo aconteceu, e até agora não temos nenhuma solução, acho que só Sherlock Holmes poderia decifrá-lo.
O Ladrão de Botijão de Gás
ResponderExcluirJá roubaram uma caixa de garrafas de cerveja que meu pai escondia no quintal, roubaram pra vender num bar. Encontraram o ladrão, era um moleque de 15 anos huahua filho da vizinha
Com amor, ♥ Bruna Morgan ♥
pelo amor da deusa: assim que vocês descobrirem quem foi o danado que roubou o botijão AVISA AQUI hahahah
ResponderExcluireu adorei esse texto, tati! você escreve de um jeito simples, que prende a gente do início ao fim sem esforço. adoro retrato de cenas cotidianas - com ou sem roubos de botijão. continue escrevendo!
boa mini semana :D
AAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHA
ResponderExcluireu definitivamente seria essa vizinha se pudesse
www.paleseptember.com
eu AMO (só que não) que pra fofocar esse povo, vulgo vizinhos, não perdem uma notícia mas é só ter caso de invasão/roubo/etc que NINGUÉM nunca vê nada.
ResponderExcluirjá aconteceu pelo menos 2 casos parecidos na casa dos meus pais durante o dia, sendo que tem cachorro e certeza que ele latiu enlouquecidamente, e bom, BREAKING NEWS, NINGUÉM VIU NADA. risos nervosos
Gostaria de saber se há atualizações sobre o caso
ResponderExcluirme senti naquele jogo DETETIVE que você tem que juntar as pistas e investigar os suspeitos kkkkkkkkk
seu cachorro é o único que detém a informação crucial para a resolução do caso.