A Menina Que Roubava Livros | Rata de Biblioteca.


A Menina que Roubava Livros, do autor Markus Suzak, é narrado em terceira pessoa, não pela menina, nem por alguém que rouba livros, mas pela Morte, com M maiúsculo mesmo. Vivendo na Alemanha nazista, a pequena Liesel Meminger se depara sem saber com a narradora constantemente, e o contraste dado a cada detalhe da escrita se torna ainda mais vivo ao ser contado por quem só conhece -- literalmente -- como é o fim da vida, nunca o inicio. Além disso, a Morte só descobre uma maneira de "ser vida" quando encontra Liesel três vezes, em diferentes momentos, e em todos eles, não a leva consigo. A partir dessas três coincidências, a Ceifadora de Almas passa a dizer como se sente precisando levar tantas pessoas em tão pouco tempo, e suas observações sobre o fascismo e suas formas de domínio são mais conscientes do quaisquer opiniões expressadas pelos adultos da obra: é a Morte quem nos fala das cores do céu em um mundo transformado em cinzas pelos seres humanos. Como uma piada irônica, Liesel carrega consigo para cima e para baixo, como lembrança de um dos seus encontros com a Morte, o livro O Manual do Coveiro. 


Mais tarde, ainda aprendendo a ler, é justamente no que os nazistas proibiam e queimavam que Liesel encontra uma forma de se manter em meio a guerra. Frequentando casas de autoridades, a garota rouba livros que acha bonitos, e quando em frente às famosas fogueiras alimentadas por obras literárias, se arrisca salvando aquelas que não foram completamente tomadas pelas chamas. 


Em algumas entrevistas, o autor revelou que um de seus principais motivos para escolher a Alemanha nazista como local de construção do enredo tem relação com sua própria infância, momento em que era ouvinte das vivência de seus pais em um dos momentos mais críticos da história mundial. Muito provavelmente é por tal razão que Suzak inova ao dar espaço em seu livro não para os alemães nazistas ou que forçadamente precisaram trabalhar compactuando com tamanho ódio infundado, mas para os alemães que apesar de ali nascidos e sem ter para onde correr, precisavam acatar ordens básicas e seguir com seus segredos contrários ao momento.  


:・゚✧*:・゚✧ POR QUE LER MAIS UM livro sobre o nazismo? *:・゚✧*:・゚

Em tempos em que o neonazismo não só ainda existe, como também cresce no Brasil, e que livros clássicos nacionais e internacionais passam a ser retirados de escolas , A Menina que Roubava Livros é uma leitura mais que necessária. 


*:・゚✧*:・゚✧ POR QUE NÃO LER "A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS"? *:・゚✧*:・゚

Não recomendo a não leitura dele, mas acho que existem momentos certos -- eu mesma tentei lê-lo aos quinze anos, e na época não consegui continuar por não saber o que sei hoje. Se não for sua hora ainda, vale a pena guardar para um futuro próximo.


Pra quem é dos filmes: em 2013 o livro foi adaptado para o universo cinematográfico. 

Em um quote:

Uma definição não encontrada no dicionário.
Não ir embora: ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças. 

                                                          Meu skoob

Comentários

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  1. Li esse livro em 2012, e mais por uma obrigação interna mesmo, o que acabou não contribuindo para eu ter uma experiência positiva com o livro... Achei ele bem cansativo, mas me emocionei com o final!

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  2. quero ler esse livro faz um tempinho, mas nunca sinto que é a hora certa. acho muito importante a leitura dele, lado a lado com anne frank. adorei tua resenha, mas sou suspeita pra falar porque amo o rata de biblioteca dksjsk <3

    p.s.: fiquei chocada em saber que existem tantas células nazistas no brasil, parece fora da realidade que em 2020 ainda existam tantas pessoas mantendo esse tipo de pensamento vivo, mas pouca coisa me surpreende nos últimos anos

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  3. Eu já comecei a ler esse livro umas duas vezes e, nas duas vezes que li um bom tanto eu parava, não sei o motivo.
    Ainda bem que eu esqueci ele todinho e hoje se começar da primeira página já nem lembro como é. Acho que a mensagem não fixou tanto assim antes, talvez algum dia eu pegue ele novamente.

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