2019 pode ou não ser o último ano da década.

Não sei quanto tempo você que me lê gasta com a internet, mas eu, assumidamente, acompanho muita coisa por ela. Entre os assuntos aos quais me empenho em afundar, prestei bastante atenção na briga que envolveu muita gente no Twitter: 2019 é ou não o fim da década? E aí tem todo aquele papo de romanos criando calendários, e não existir ano 0 pra que 2020 seja considerado o inicio da nova década. Bom, eu não me importo. A década não acabou de acordo com os romanos, mas tem que acabar, e eu declaro que 2019 é o último ano da década.



Todo final de ano -- e agora que dei meu ultimato, de década --, apareço por aqui falando sobre como estou me sentindo, e nos anteriores sempre dei o meu melhor para manter uma visão positiva mesmo que o ano tivesse sido um chute no meu baço e um soco no estômago, ao mesmo tempo. Em 2019 optei por não fazer isso. Teve coisa bacana? Teve, mas o que deu errado, puta merda irmãozinho.

Acho que tenho me questionado mais sobre essa tentativa de aprender com coisas ruins -- eu preciso mesmo passar por maus bocados para aprender? Não dá pra entender a vida na beira de uma piscina, por exemplo? E além disso, sei que as coisas que me fizeram mal nesse ano estavam todas fora do meu controle (e que pedir para uma pessoa patologicamente ansiosa aprender a lidar com o caos e a destruição sem ter uma crise eterna de pensamentos é bem difícil), então talvez ficar refletindo sobre o que eu aprendi com aquele dia em que tomei no orifício anal seja afinal de contas, perder um precioso tempo da minha nova década.

Não sei mais sobre o que estou falando exatamente. Vamos aos fatos.

Coisas boas de 2019:

  • Encontrei (algumas) as meninas do Cilada -- nosso grupinho virtual de brogueiras -- pessoalmente.
  • Passei numa universidade pública.
  • Os Jonas Brothers voltaram.
  • Fiz coisas maneiras na faculdade.
  • Ganhei dinheiro.


Coisas doidas de 2019:

  • Fiz uma mecha roxa no cabelo quando me tornei caloura.
  • Experimentei corote (não façam).
  • Tive um estágio curricular em que ATUEI para crianças de até QUATRO ANOS. Elas me abraçaram horrores porque eu era a borboletinha que sofria bullying.
  • Toquei tamborim.
  • Mexi muito com gente morta (aula de anatomia, por favor não ligue para a polícia).


Ano passado eu morri, mas esse eu não morro.
© Limonada
Maira Gall