Aloka das listas - 2025 edition

O Aloka das Listas apareceu nesse blog pela primeira vez em 2015, como uma página a parte em que eu inseri várias metas aleatórias que queria cumprir. Em 2016 fiz um post contando o que tinha sido cumprido, e em 2020 revisitei a lista para ver se algo a mais tinha sido feito. Inconscientemente estou retornando a esse post a cada cinco anos, então aqui estamos nós novamente olhando para essa lista. 

 1. Dinheiro não nasce em árvore. 


  1. Tirar minha carteira de motorista. INCRÍVEL como fazem 10 anos que isso está na minha lista de coisas pra fazer. Nesses 10 anos eu realmente não tive dinheiro pra investir nisso, e agora que eu até conseguiria, estou esperando um pouquinho mais só por causa daquele projeto de lei que quer desvincular o processo de tirar a carteira das autoescolas. Não quero acabar pagando por algo e logo em seguida isso ficar mais barato.
  2. Comprar o batom Ruby Woo e Diva da MAC. Nessa época eu usava muitos batons em tom escuro. Ainda gosto bastante, mas passei a usar bem menos maquiagem no geral. Vou continuar com eles aqui na lista por enquanto só porque sim, mas sinceramente não lembro nem da cor desses que eu queria. 
  3. Revelar as fotos que tenho salvas. Ainda tenho vontade, mas tenho fotos digitais desde 2010 então não vai ser fácil. Talvez eu me desafie a revelar um ano a cada semestre, vamos ver. 
  4. Comprar um disco de vinil. Recentemente as pessoas tem voltado a aderir ao disco de vinil e eu realmente acho muito legal, mas no geral é um hobby caro, então vou continuar deixando ele aqui. 
  5. Viajar para Porto Alegre. Ainda tenho vontade de conhecer, mas nesse ano já fui pro Rio de Janeiro (eu não contei aqui, mas fui no show da Lady Gaga em Copacabana, fica pra um próximo post) e tenho vontade de ir pra outros lugares antes. 
  6. Ir a um festival de música. Ainda não fui. Todo ano eu flerto com a possibilidade de ir no Lollapalooza e todo ano eu acho um absurdo o valor. 
  7. Comprar o box de Friends. Com os streamings não faz mais sentido, e nos últimos anos eu desapeguei o suficiente da série também. 

2. Você sabe o que é ter tempo? Nunca vi, nem ouvi, eu só ouço falar. 


  1. Passear no Parque da Juventude. Continuo sem ter ido. 
  2. Passear no Villa-Lobos. Continuo sem ter ido. 
  3. Fazer uma trilha. Não fiz, recebi um convite esse ano mas foi no dia anterior da minha viagem pro Rio de Janeiro e ai não deu pra conciliar. Espero que mais pessoas me chamem pra fazer trilha, tenho vontade de verdade. 
  4. Ir à uma cachoeira. Também tenho muita vontade, mas ainda não consegui ir. 
3. Vamos deixar a meta aberta. 


  1. Aprender a andar de bicicleta. Gente que humilhação. Continuo sem saber. 
  2. Aprender a nadar (igual gente). Quando eu tava aprendendo, tive que sair das aulas. 
4. Tivemos problemas. 


  1. Largar a bendita Coca-Cola. Gente não tem como. Eu paro e volto três vezes pior. Já aceitei que é minha ruína. Pelo menos agora eu só tomo a zero e me convenço que é menos prejudicial. 
  2. Aprender (de verdade) inglês. Fiquei um tempo sem treinar e o speaking foi embora. Atualmente eu trabalho com o inglês como língua principal e tem sido bem difícil, mas estou fazendo aulas particulares. 

5. Cancelados.


  1. Ser voluntária de leitura para crianças. Ainda acho a ideia fofa, mas não dá mesmo. 
  2. Fazer resenha de 100 livros. A Tatiane do passado não imaginava o quão difícil está pra Tatiane do presente ler livros, quanto mais resenhá-los. 
  3. Fazer resenha de 100 filmes. A verdade é que eu nunca gostei de resenhar filmes. 
  4. Fazer resenha de 10 séries. Isso até daria pra fazer mas ai sabe.... pra que... 
  5. Aprender a tocar violão. A verdade é que eu tentei aprender e achei chato. 
  6. Aprender a fazer ilustrações. Mais ou menos, mais ou menos. A eu de 2020 tinha colocado como feito, mas eu não sei fazer ilustrações hahaha. Acho lindo quem faz, mas hoje também não tenho mais a vontade de aprender. 

6. FUNCIONOU!!!!!


  1. Comprar um banco imobiliário. EU COMPREI!!! E ai eu não percebi que veio faltando uma carta e agora eu tenho um banco imobiliário defeituoso. :D O pobre nunca tem vez, como pode né. 
  2. Fazer minha primeira e minha segunda tatuagem. No post de 2020 comentei que eu precisava fazer a primeira ainda, e agora já tenho três hehehehe.
  3. Fazer alguma atividade física ou esporte. Ano passado consegui fazer natação por um tempo e infelizmente tive que parar, mas gostava bastante. Esse ano eu comecei musculação, e entre trancos e barrancos, tem sido uma experiência (vou deixar aqui um lembrete pra Tatiane do futuro, também quero fazer um post sobre isso!).
  4. Ir a praia à noite. Acabei fazendo sem querer hehehe fui em Copacabana justamente pro show da Lady Gaga que comentei ali atrás. 
  5. Passear no Jardim Botânico de São Paulo. Fui esse ano!!! Acho que eu tinha expectativas maiores até, de tanto que esperei pra ir, mas é um lugar gostosinho pra ter contato com a natureza no meio de São Paulo. 
  6. Conseguir um emprego novo. LER ESSE FOI MUITO ENGRAÇADO, porque nesses últimos cinco anos eu já tive quatro empregos. Eu sei que quando eu escrevi isso ainda estava saindo do ensino médio e depois na faculdade, mas é engraçado olhar pra esse meta, fez eu sentir que a Tati do passado era muito fofinha hahah. 
  7. Comprar uma estante de livros. ISSO É UMA HISTÓRIA BOA DEMAIS, mas eu comprei, acho que em 2020. Vendi um secador de cabelo e uma impressora no Enjoei, e foi com esse dinheiro que realizei o sonho da estante de livros própria. 
  8. Ir à Bienal do Livro. Fui na edição de 2022 com duas amigas da faculdade. Eu tinha expectativas irreais sobre o evento, achei que era algo bem mais cultural e é mais focado em compras. Mas foi legal pelas pessoas com quem eu estava. 
  9. Ir a um show internacional. Nesses anos fui em alguns. Meu primeiro foi a Love on Tour do Harry Styles (no dia que ele tocou Fine Line!), depois fui no The Maine, nos Jonas Brothers (e no último Aloka das Listas eu comentava que eles tinham voltado com a banda e que eu esperava conseguir ir, achei bonitinho saber que deu tudo certo <3), no Bring Me The Horizon e no show da Lady Gaga em Copacabana. Em fevereiro do ano que vem também vou no My Chemical Romance. Ser fã sempre fez parte da minha vida, mas meus pais não conseguiam me levar em shows quando eu era adolescente. Ter meu dinheiro e conseguir investir nisso é algo muito importante pra mim e tem sido muito legal GRITAR minhas músicas preferidas em um estádio. 
7. Feitos desde o primeiro Aloka das Listas. 


A primeira linha depois de cada meta aqui foi escrita pela Tatiane de 2015/2016. As com "EDIT" podem ter sido escritas em 2020 ou 2025. 

  1. Ter um aniversário decente.  Com direito a cotovelada, e acabei descobrindo que não gosto de comemorar aniversários. EDIT 2025: a verdade é que até 2020 eu nunca tinha tido um aniversário de verdade, e tentei considerar esse dia que citei em 2015 como um. A Tatiane do futuro vem aqui dizer que existem aniversários melhores e amigos que vão se preocupar com o seu dia. 
  2. Conseguir me sair bem no cursinho extensivo. Não entrei na faculdade, mas o resultado me mostrou que os estudos estavam me levando para o caminho certo EDIT 2020: TAMO NA FACULDADE, RAPAZ. EDIT 2025: sinto falta da Tatiane que só queria passar no vestibular. A de agora só queria nunca mais precisar trabalhar. 
  3. Decidir se quero Psiquiatria, Marketing, Direito, Jornalismo ou Publicidade. Psiquiatria wins. EDIT 2020: acabei na Enfermagem, a vida é DOIDA. 
  4. Fazer uma mudança radical (ou nem tanto) no cabelo. Cortei no ombro, serve? EDIT 2020: ano passado fiz uma mecha roxa. 
  5. Finalmente resolver pendências com c e r t a s p e s s o a s. Como é bom viver em paz. EDIT 2025. Eu não faço ideia de quem era a pessoa. 
  6. Controlar minha ansiedade. Na medida do possível. EDIT 2020: eu não sabia, mas mais tarde, no mesmo ano em que escrevi isso, comecei meu tratamento médico.
  7. Encontrar um shorts de cintura alta que me sirva!!! Não é cintura alta, mas SERVIU. Até fiz um post sobre o incrível dia em que consegui sair na rua pela primeira vez com ele.
  8. Fazer um layout maravilhosamente maravilhoso para o blog. O layout atual!
  9. (Se for o caso) encontrar O NOME para o blog. Não sei se vou mudar ainda, talvez sim... EDIT 2025: Mudei, aqui eu já sabia que queria chamar de Limonada. 
  10. Ter o hábito de passar protetor solar.  Minha pele agradece.
  11. Ser menos pessimista. Depois de uma tensão muscular é bom ver a vida com mais amor. 
  12. Reclamar menos.  Mas não perder o costume hehehehe.
  13. Conhecer pelo menos duas pessoas novas que possam ser mantidas na minha vida. Porque eu também posso ser sociável. 
  14. Fazer um post no fim dessa lista contando um pouco sobre todos os itens que consegui cumprir.   Aqui estamos. 
  15. Ser mais paciente.  Mas nem tanto.
  16. Superar o medo e comprar algo pela internet. Comprei 3 coisas e obtive sucesso em 2.
  17. Fazer algum projeto com outras blogueiras.  Círculo Secreto e Blogueiros Geeks
  18. Vender algo no Enjoei. Não só vendi como já tive problemas com o Correio, AMO.
  19. Chegar a 100 seguidores. Gostaria de agradecer a todos vocês que se arriscaram a isso, não sei porque o decidiram, mas obrigada.
  20. Chegar a 50 posts do "Só Acontece Comigo". Como desgraça não é pouca por aqui, temos exatamente 82 posts.
  21. Ter um cachorrinho. A Paçoca já apareceu por aqui várias e várias vezes, mas é sempre bom lembrar da existência dessa coisinha mais linda da minha vida!
  22. Tomar dois litros de água por dia. HIDRATEM-SE.
  23. Ir à uma exposição realmente legal. Ao longo desses anos todos teve Masp, Pinacoteca, Casa das Rosas... 
  24. Conhecer pessoalmente meus amigos virtuais. Aconteceu em Janeiro do ano passado, com pessoas que na época em que escrevi essas metas, eu sequer conhecia. A vida é DOIDA (um obrigada especial às meninas do Cilada). 
  25. Ler pelo menos 100 livros. De 2015 até aqui, foram 154 livros lidos. 
  26. Engordar. Fui uma adolescente abaixo do peso contra minha vontade e isso sempre me incomodou demais. Ano passado, com a entrada na universidade, ganhei 10 kg em menos de um ano, heh. 
  27. Viajar para qualquer lugar fora de São Paulo. Em 2018 saí do Estado pela primeira vez pra prestar um vestibular e passei exatas 17 horas em Curitiba. 
  28. Ir à uma festa fantasia. Em 2018 um amigo comemorou o aniversário assim, e eu agradeci muitíssimo mentalmente pela meta alcançada. 
  29. Ir a um show nacional. Sem nenhum planejamento acabei vendo o show da Fresno de graça.
  30. Passear no Ibirapuera. Todas as vezes que visitei o parque estava muito calor e não consegui achar graça em nada enquanto derretia lentamente. 
  31. Postar pelo menos 3 vezes na semana no blog. Aconteceu quando participei do BEDA
  32. Ver pelo menos 100 filmes. Pra ser bem sincera eu não sei se a conta dá 100, mas eu vou me convencer que dá sim. 
  33. Ver pelo menos 10 séries. Obrigada por tudo, serviços de streaming. 
  34. Sair sem rumo e fazer coisas legais nesse passeio sem rumo. Sei lá o que eu queria com isso, mas sair sem rumo eu já saí. 
  35. Sair para passear todos os dias com meu possível cachorro. E se eu não sair a Paçoca me deixa surda de tanto latir.
  36. Começar a faculdade. Demorou, mas aconteceu. Amém, universidade pública.
  37. Fazer o meu projeto para o blog cujo nome não vem ao caso. EDIT 2025: Era o Rata de Biblioteca e por um tempo durou, mas a pandemia veio, eu parei de frequentar bibliotecas, e ficou por isso mesmo. Acho que foi legal tê-lo e agora não faz mais sentido. 
  38. Ter um canal no Youtube. EDIT 2025: O adolescente dos anos 2010 tinha sonhos, sabe? Na pandemia eu estava lá falando de livros, mas depois não consegui continuar e também tá tudo bem. 
  39. Mudar o blog para .com. EDIT 2025:Eu fiz isso por um tempo na pandemia, mas acabei cansando. 
Quem sabe daqui cinco anos estaremos nesse mesmo blog revistando essa lista? :) 

Self image 2025

Enquanto minhas pernas são esquentadas por um grosso cobertor, doado por algum parente em um outro momento da vida, a luz amarela da cozinha invade a tela branca do notebook e evidencia minha postura um pouco torta após a minha primeira (e tomara, última) cirurgia  uma colecistectomia que precisou ser realizada após alguns episódios de cólica biliar confundida com gastrite. Na tela, começo a escrever o texto que anualmente me leva a olhar para dentro.

Nunca escolhi nenhum dos lençóis da minha cama. A mistura de fios de algodão e poliéster, em sua maioria, eram passados entre parentes da minha família até terminarem nas minhas mãos. Nesse ano, vivendo mais um dos muitos momentos desde que sai da faculdade em que me pergunto o que faço com toda essa liberdade financeira recém adquirida, me vejo tendo que "consertar" coisas que não eram exatamente minha responsabilidade, mas se não o forem, não serão de mais ninguém. Como as facas que faltavam no gaveteiro. A mesa de jantar que precisava ser trocada. A nova cadeira de escritório necessária agora que trabalho em modelo home office. Demorei alguns anos para conseguir entrar na universidade, e para enfim concluir a graduação, dado todo o contexto social da minha família, e agora, no auge dos meus vinte e oito anos, não posso mais decidir escolher gastar meu dinheiro com o que der vontade. Já tenho uma idade mais séria. Não posso fingir que não estou vendo as dificuldades da minha mãe. Não dá pra ignorar os problemas da casa em que vivo e que podem ser resolvidos com meu dinheiro quando passei tanto tempo focada no futuro em que eu finalmente teria como ajudar financeiramente. Mas voltando ao ponto de inicio: nunca escolhi meus lençóis, porque em um mundo em que poder de escolha é poder de compra, meus gostos nunca puderam ser favorecidos. Depois de todos esses anos aceitando, agradecendo, e obedecendo, pela primeira vez comprei lençóis. Um conjunto azul marinho com xadrez em branco e outro conjunto off-white com luas, estrelas e sóis. Ambos escolhidos a dedo. Ambos desejados. Sinto que durmo melhor quando estou neles. 

O mesmo aconteceu com meus cobertores. Sempre aceitei aqueles que porventura viessem parar na minha mão, mas nunca os escolhi. Pedi um de presente de dia dos namorados. Ganhei. Gostei. Mas não escolhi. Queria tanto ter tido mais anos de escolhas conscientes e menos anos de passividade frente ao que tenho que aceitar por "ser o que dá". 

Me prendi tanto ao que eu queria ser profissionalmente que esqueci de ser eu mesma. De continuar insistindo no que me fazia bem. De saber falar inglês de tanto ter visto séries e filmes e ouvido músicas. De entender de HTML e conseguir criar meus próprios layouts pro blog. De ter ideias para ficções e sonhar com livros publicados. Mesmo que em plataformas virtuais. Mesmo que mal lidos. 

Esqueci como escrever textos. Antes, em uma única "sentada" em frente ao notebook, incontáveis posts eram publicados por aqui. Hoje estou escrevendo parágrafos desconexos na esperança de que se eu os reorganizar, em algum momento saia daqui com algo que minimamente se adeque ao conceito de coesão textual. 

Engraçado como de todas as versões que já escreveram neste blog ao longo dos últimos doze anos, a de agora possui bagagens mais pesadas, e ainda assim, tem se sentido a mais leve. Também sinto que esse é o primeiro self image em anos em que não estou mentindo para mim mesma sobre como me sinto. 

Escolho não estar mais sempre do lado passivo por falta de poder. 

A ideia do self image é do Eric que os publica anualmente. No blog você encontra as versões de 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 201920202021/20222023 e 2024 


Ai de mim que sou nostálgica (e melancólica)

Vocês sabem viver o presente? 

(Nossa, mas já começa o post assim, não chama nem pra tomar um café antes).

Mas eu tô falando de viver o presente de verdade, sem ficar planejando o futuro, seja ele de curto, médio ou longo prazo, ou sem olhar pro passado enquanto pensa que "Ah, naquele tempo sim era bom!".

Percebi recentemente que tenho essa característica, que está bem mais para uma dificuldade: tô sempre torcendo pro futuro ser melhor, agarrada na esperança de que lá na frente, quando eu atingir tal coisa, aí sim eu vou estar feliz, ou que lá no ano passado, quando as coisas eram de tal e tal jeito, eu estava vivendo o melhor momento da minha vida (não estava, tava bem ruim e eu só me apego em lembranças boas e ignoro que em 95% do tempo eu tava é FODIDA) e não dei o devido valor. 

Achei que aos 27 eu seria uma pessoa tão mais adulta. Com tantas respostas. Estabilidade. E a verdade é que eu só fiquei com ainda mais perguntas, um pouco mais de estabilidade sim, não vou negar, mas tão mais confusa que antes. Uma vontade tão grande de que alguém valide que meu caminho tá certo. Que eu não tô (tão) maluca. 

Mas quando eu for mais velha vai ser melhor. Bom mesmo era dois anos atrás.

 


© Limonada
Maira Gall