Aloka das listas: revival

Vocês conseguem conceber que 2015 aconteceu há cinco anos? Jurava que tinha sido há algumas semanas! Quando nos distanciamos dos anos passados, é normal não perceber a passagem do tempo, mas retornando ao post que fiz aqui no blog com todas as metas que eu tinha para aquele ano, intitulado Aloka das Listas, pude notar não só a passagem do tempo, como também as mudanças que só ele proporciona. Por isso, resolvi compartilhar com vocês metas que mesmo não cumpridas naquele ano, consegui cumprir depois, e falar mais sobre as que também perderam o sentido. Caso você queira ver as metas que deram certo já naquela época, o post é esse aqui. 

1. Dinheiro não nasce em árvore.




  1. Tirar minha carteira de motorista. Primeiro que é caro, segundo que eu tenho zero planos futuros de comprar um carro.
  2. Comprar o box de Friends. Quem diria que o aparelho de DVD nem existiria mais na minha casa?
  3. Comprar o batom Ruby Woo da MAC. Vult maior e melhor.
  4. Comprar o batom Diva da MAC. Vult maior e melhor.²
  5. Revelar todas as fotos que só tenho salvas. Pra ser bem sincera essa ainda é uma vontade atual, porque sempre penso na possibilidade de perder os arquivos da nuvem e ficar sem memórias registradas da vida, mas pra revela-las, só quando o dinheiro realmente estiver sobrando.
  6. Comprar um banco imobiliário. Gosto muito do jogo, mas acho que perdeu o sentido.
  7. Comprar um disco de vinil. Na época era cool, hipster & diferente. Hoje em dia eu prefiro uma assinatura no Spotify, heh.
  8. Viajar para Porto Alegre. Segue sendo um local que adoraria conhecer, mas não está nada próximo de se realizar.
  9. Ir a um festival de música. Só falta eles custarem menos de 200 reais rs.
  10. Fazer uma segunda tatuagem. Pra isso preciso de uma primeira, heh.
  11. Fazer alguma atividade física ou esporte. Antes esse estava na categoria "não tenho tempo", mas atualmente vejo que está mais relacionado ao dinheiro mesmo. Saúde e bem estar são sinônimos de estabilidade financeira para a maioria das pessoas, infelizmente.
  12. Ir à praia a noite. Outro que antes estava em tempo e agora coloquei em dinheiro. Eu moro em uma cidade bem próxima do litoral paulista (com relação a outros locais do Estado), e mesmo assim não tenho como ir pra lá porque implica em gastos que não cabem no meu orçamento.

2. Você sabe o que é ter tempo? Nunca vi, nem comi eu só ouço falar. 




  1. Ser voluntária de leitura para crianças. 
  2. Fazer resenha de 100 livros.
  3. Fazer resenha de 100 filmes.
  4. Fazer resenha de 10 séries.
  5. Passear no Jardim Botânico de São Paulo.
  6. Passear no Parque da Juventude.
  7. Passear no Villa-Lobos.
  8. Fazer uma trilha. 
  9. Ir à uma cachoeira.


3. Vamos deixar a meta aberta.




  1. Conseguir um emprego novo.
  2. Comprar uma estante de livros. 
  3. Aprender a andar de bicicleta.
  4. Aprender a nadar (igual gente).
  5. Aprender a tocar violão.
4. FUNCIONOU. 




  1. Chegar a 100 seguidores. Gostaria de agradecer a todos vocês que se arriscaram a isso, não sei porque o decidiram, mas obrigada.
  2. Chegar a 50 posts do "Só Acontece Comigo". Como desgraça não é pouca por aqui, temos exatamente 82 posts.
  3. Ter um cachorrinho. A Paçoca já apareceu por aqui várias e várias vezes, mas é sempre bom lembrar da existência dessa coisinha mais linda da minha vida!
  4. Tomar dois litros de água por dia. HIDRATEM-SE.
  5. Ir à uma exposição realmente legal. Ao longo desses anos todos teve Masp, Pinacoteca, Casa das Rosas... 
  6. Largar a bendita Coca-Cola. Esse aqui eu realmente pensava ser impossível de realizar, mas fiquei mais de um ano sem tomar nenhum refrigerante. Depois disso, no fim do ano passado, não resisti e tentei beber Coca, mas passei mal e não consegui nem tomar o restante. ESTOU CURADA!
  7. Conhecer pessoalmente meus amigos virtuais. Aconteceu em Janeiro do ano passado, com pessoas que na época em que escrevi essas metas, eu sequer conhecia. A vida é DOIDA (um obrigada especial às meninas do Cilada). 
  8. Aprender (de verdade) inglês. No ano retrasado conheci a ONG CPM, que conta com professores voluntários para o ensino da língua. Recomendo muito pra quem não tem como pagar um curso. Atualmente, faço inglês em um projeto gratuito da minha faculdade.
  9. Ler pelo menos 100 livros. De 2015 até aqui, foram 154 livros lidos. 
  10. Engordar. Fui uma adolescente abaixo do peso contra minha vontade e isso sempre me incomodou demais. Ano passado, com a entrada na universidade, ganhei 10 kg em menos de um ano, heh. 
  11. Viajar para qualquer lugar fora de São Paulo. Em 2018 saí do Estado pela primeira vez pra prestar um vestibular e passei exatas 17 horas em Curitiba. 
  12. Ir à uma festa fantasia. Em 2018 um amigo comemorou o aniversário assim, e eu agradeci muitíssimo mentalmente pela meta alcançada. 
  13. Ir a um show nacional. Sem nenhum planejamento acabei vendo o show da Fresno de graça.
  14. Passear no Ibirapuera. Todas as vezes que visitei o parque estava muito calor e não consegui achar graça em nada enquanto derretia lentamente. 
  15. Postar pelo menos 3 vezes na semana no blog. Aconteceu quando participei do BEDA
  16. Ver pelo menos 100 filmes. Pra ser bem sincera eu não sei se a conta dá 100, mas eu vou me convencer que dá sim. 
  17. Ver pelo menos 10 séries. Obrigada por tudo, serviços de streaming. 
  18. Sair sem rumo e fazer coisas legais nesse passeio sem rumo. Sei lá o que eu queria com isso, mas sair sem rumo eu já saí. 
  19. Sair para passear todos os dias com meu possível cachorro. E se eu não sair a Paçoca me deixa surda de tanto latir.
  20. Começar a faculdade. Demorou, mas aconteceu. Amém, universidade pública. 
5. Refeito. 


Essa categoria só surgiu porque em 2016 cheguei a criar o que eu queria, mas exclui tudo e no final do ano passado acabei começando outra vez, mas com conteúdos diferentes. 

  1. Fazer o meu projeto para o blog cujo nome não vem ao caso. Era o Rata de Biblioteca, a coisa que eu mais gosto de ter criado na internet!
  2. Ter um canal no Youtube. É o Café da Tati, que não tenho divulgado muito porque, bom... Vergonha.
  3. (Se for o caso) encontrar o NOME para o blog. Pra quem não me conheceu antes, o blog se chamava Novembro Inconstante, até perder o sentido e se tornar Limonada. 
  4. Comprar uma escrivaninha. Eu cheguei a comprar, mas ela é bem ruim e até hoje meu sonho é ter uma melhor. 
6. No aguardo.


  1. Fazer a minha primeira tatuagem. Já marquei a data hihihi.
  2. Ir à Bienal do Livro. Esse ano é em São Paulo e eu irei mover céus, terra e mar pra ir!!!
  3. Ir a um show internacional. Com a volta dos Jonas Brothers eu JUNTEI DINHEIRO PORQUE QUERO CHORAR E GRITAR PRA ESSES TRÊS HOMENS MAS OS BENDITOS NÃO CONFIRMAM DATA NO BRASIL O POBRE NUNCA PODE SER FELIZ.

7. Canceladah.



  1. Assistir um filme no cinema no dia da estreia. Não tenho paciência pra isso. 
  2. Mudar o blog para .com. Não vejo mais sentido.

8. Feitos em 2015/2016.



  1. Ter um aniversário decente.  Com direito a cotovelada, e acabei descobrindo que não gosto de comemorar aniversários.
  2. Conseguir me sair bem no cursinho extensivo. Não entrei na faculdade, mas o resultado me mostrou que os estudos estavam me levando para o caminho certo EDIT 2020: TAMO NA FACULDADE, RAPAZ. 
  3. Decidir se quero Psiquiatria, Marketing, Direito, Jornalismo ou Publicidade.   Psiquiatria wins. EDIT 2020: acabei na Enfermagem, a vida é DOIDA. 
  4. Fazer uma mudança radical (ou nem tanto) no cabelo. Cortei no ombro, serve? EDIT 2020: ano passado fiz uma mecha roxa. 
  5. Finalmente resolver pendências com c e r t a s p e s s o a s. Como é bom viver em paz.
  6. Controlar minha ansiedade. Na medida do possível. EDIT 2020: eu não sabia, mas mais tarde, no mesmo ano em que escrevi isso, comecei meu tratamento médico.
  7. Encontrar um shorts de cintura alta que me sirva!!! Não é cintura alta, mas SERVIU. Até fiz um post sobre o incrível dia em que consegui sair na rua pela primeira vez com ele.
  8. Fazer um layout maravilhosamente maravilhoso para o blog. O layout atual!
  9. (Se for o caso) encontrar O NOME para o blog. Não sei se vou mudar ainda, talvez sim...
  10. Ter o hábito de passar protetor solar.  Minha pele agradece.
  11. Ser menos pessimista. Depois de uma tensão muscular é bom ver a vida com mais amor. 
  12. Reclamar menos.  Mas não perder o costume hehehehe.
  13. Conhecer pelo menos duas pessoas novas que possam ser mantidas na minha vida. Porque eu também posso ser sociável. 
  14. Fazer um post no fim dessa lista contando um pouco sobre todos os itens que consegui cumprir.   Aqui estamos. 
  15. Ser mais paciente.  Mas nem tanto.
  16. Superar o medo e comprar algo pela internet. Comprei 3 coisas e obtive sucesso em 2.
  17. Fazer algum projeto com outras blogueiras.  Círculo Secreto e Blogueiros Geeks
  18. Vender algo no Enjoei. Não só vendi como já tive problemas com o Correio, AMO.
  19. Aprender a fazer ilustrações. Mais ou menos, mais ou menos.
Esse foi o Revival Aloka das Listas, um oferecimento das vozes da minha cabeça. Quem sabe daqui cinco anos eu retorno com ele. Ou não. 

Self image 2020


Sinto que não sou. Não sou ninguém porque perdi a chave para o quartinho da bagunça em que ficavam guardadas todas as composições da minha personalidade. Nos últimos tempos aprendi muito sobre abrir mão, enfrentar o novo e dar a cara a tapa, mas em algum momento também esqueci como era ser quem sempre fui, e não consigo entender se isso aconteceu porque me perdi ou porque mudei e não me reconheço. 


Como não sei quem sou, vou falar sobre quem fui. Gostava e fazia muitas coisas sozinha — porque eu era a minha melhor companhia —, mas em algum momento me vi entre pessoas e por mais que eu soubesse que nem todas elas deveriam ter tanto espaço assim e que havia muita desproporcionalidade entre o que eu dava e o que recebia, insisti. Insisti porque esse era um hábito da versão antiga, aquela que ainda não entendi se perdi ou se mudei, que sempre deu oportunidades extras para quem quisesse reparar erros, até chegar ao final do ano carregando mais do que deveria, tão sufocada que qualquer pedido a mais seria o suficiente pra causar uma explosão, daquelas que inutilizam todo o local. 


Então eu mudei. E nisso eu sei que mudei, mas demorou, porque aconteceu só nesse início de novo ano. Falei mais o que eu pensava, o que eu sentia, apontei o dedo no passado pra dizer que aquilo machucou e que não era ser amigo, e que se fosse, eu preferia não ter. Opinei mais em voz alta e mostrei que não, não concordo, e que se eu pude engolir tanta coisa por um ano todo, ninguém vai morrer por ter que engolir por um dia. 


Estendi em um local plano todas as coisas que aconteceram, as pessoas que permaneceram, as que surgiram, e com o dedo em cada ferida remodelei tudo e todos que eu queria ter ou não por perto. Tem funcionado. Fiquei mais leve dando menos atenção pra uns, tratando da mesma forma outros, deixando claro que quero ter por perto, mas que não vou mais estar sempre lá — pra isso basta que a pessoa também esteja —, e a melhor parte: fui embora e fui sozinha, porque o único par de mãos que sempre estará comigo, é o meu. Isso eu sei que aprendi.


A ideia do Self Image é do Eric que os publica anualmente. No blog você encontra as versões de 20142015201620172018 e 2019.

A Menina Que Roubava Livros | Rata de Biblioteca.


A Menina que Roubava Livros, do autor Markus Suzak, é narrado em terceira pessoa, não pela menina, nem por alguém que rouba livros, mas pela Morte, com M maiúsculo mesmo. Vivendo na Alemanha nazista, a pequena Liesel Meminger se depara sem saber com a narradora constantemente, e o contraste dado a cada detalhe da escrita se torna ainda mais vivo ao ser contado por quem só conhece -- literalmente -- como é o fim da vida, nunca o inicio. Além disso, a Morte só descobre uma maneira de "ser vida" quando encontra Liesel três vezes, em diferentes momentos, e em todos eles, não a leva consigo. A partir dessas três coincidências, a Ceifadora de Almas passa a dizer como se sente precisando levar tantas pessoas em tão pouco tempo, e suas observações sobre o fascismo e suas formas de domínio são mais conscientes do quaisquer opiniões expressadas pelos adultos da obra: é a Morte quem nos fala das cores do céu em um mundo transformado em cinzas pelos seres humanos. Como uma piada irônica, Liesel carrega consigo para cima e para baixo, como lembrança de um dos seus encontros com a Morte, o livro O Manual do Coveiro. 


Mais tarde, ainda aprendendo a ler, é justamente no que os nazistas proibiam e queimavam que Liesel encontra uma forma de se manter em meio a guerra. Frequentando casas de autoridades, a garota rouba livros que acha bonitos, e quando em frente às famosas fogueiras alimentadas por obras literárias, se arrisca salvando aquelas que não foram completamente tomadas pelas chamas. 


Em algumas entrevistas, o autor revelou que um de seus principais motivos para escolher a Alemanha nazista como local de construção do enredo tem relação com sua própria infância, momento em que era ouvinte das vivência de seus pais em um dos momentos mais críticos da história mundial. Muito provavelmente é por tal razão que Suzak inova ao dar espaço em seu livro não para os alemães nazistas ou que forçadamente precisaram trabalhar compactuando com tamanho ódio infundado, mas para os alemães que apesar de ali nascidos e sem ter para onde correr, precisavam acatar ordens básicas e seguir com seus segredos contrários ao momento.  


:・゚✧*:・゚✧ POR QUE LER MAIS UM livro sobre o nazismo? *:・゚✧*:・゚

Em tempos em que o neonazismo não só ainda existe, como também cresce no Brasil, e que livros clássicos nacionais e internacionais passam a ser retirados de escolas , A Menina que Roubava Livros é uma leitura mais que necessária. 


*:・゚✧*:・゚✧ POR QUE NÃO LER "A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS"? *:・゚✧*:・゚

Não recomendo a não leitura dele, mas acho que existem momentos certos -- eu mesma tentei lê-lo aos quinze anos, e na época não consegui continuar por não saber o que sei hoje. Se não for sua hora ainda, vale a pena guardar para um futuro próximo.


Pra quem é dos filmes: em 2013 o livro foi adaptado para o universo cinematográfico. 

Em um quote:

Uma definição não encontrada no dicionário.
Não ir embora: ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças. 

                                                          Meu skoob

Só acontece comigo #82

Ser uma pessoa com uma renda não muito alta envolve usar o pouco dinheiro existente pra comer e pagar contas necessárias enquanto vê tudo o que precisa ser renovado ficando pra trás. Um desses itens era a cortina da minha cozinha, que já era tudo, menos uma cortina, de tanto tempo que estava ali. Até que um dia minha mãe cansou, vestiu sua melhor calça jeans e foi ao centro da cidade comprar uma nova. O evento envolveu grande comoção: pegamos furadeira emprestada, chamamos meu namorado pra ajudar e instalamos a nova peça que de tão branca, reluzia. 


Só que isso é um Só Acontece Comigo, e é claro que não vai terminar bonito desse jeito. A cortina ficou mais curta que nossa janela, então parecia que de um dia pro outro a janela tinha repaginado o visual e passado a usar calças capri, ou cortina capri. E um detalhe: era tão branca, que olhando do quintal, era como se nem existisse cortina, porque toda a cozinha estava visível. Minha mãe, que não leva desaforo pra casa, resolveu o problema no mesmo instante. Com um lençol. 



Ser pobre é bom demais.
© Limonada
Maira Gall